Descrição do produto
Ficha Técnica de Turismo
Grupo
Mínimo: 7 pessoas
Máximo: 14 pessoas
Localização: Ubatuba/SP
Ponto de Encontro: Agência Panoramas Adventure
Descrição
Grau de Dificuldade: Médio
História da Ilha Anchieta
Logo após o descobrimento do Brasil, por volta de 1.550, a Ilha Anchieta era habitada pelos índios Tamoios e Tupinambás. Eles chamavam a ilha de Tapira, traduzido como ?lugar calmo?. Os Tupinambás tinham como grande líder o cacique Cunhambebe. É um personagem de extrema importância, pois nessa época ocorriam diversos conflitos e os portugueses colonizadores. Os Jesuítas missionários José de Anchieta e Manoel da Nóbrega conseguiram uma aproximação amistosa com Cunhambebe, que resultou no famoso Tratado da Paz de Iperoig, firmado no dia 14 de setembro de 1563. A partir daí os portugueses puderam ter mais tranquilidade para a ocupação da colônia.
Foi iniciada então a ocupação da ilha, não só por portugueses, mas também holandeses, franceses e outros europeus. Viviam basicamente da pesca e da agricultura. Aos poucos o povoado da ilha foi se desenvolvendo, ganhando uma pequena igreja, vendo crescerem pequenos negócios e até um cemitério foi construído. Em 1885, a Ilha passou a ser denominada Freguesia do Senhor Bom Jesus da Ilha dos Porcos.
Em 1902 a Ilha era mais conhecida como Ilha dos Porcos, quando nela foi construída uma Colônia Penal. Para tanto, foram desapropriadas cerca de 412 famílias. Esta colônia viria a ser desativada em 1914, com os presos sendo transferidos para presídios de Taubaté; mas, em 1928 foi reativada e para abrigar os presos políticos do período da ditadura de Getúlio Vargas. Nesta época, além dos habitantes originais, passaram a morar na ilha os soldados e seus familiares.
A Ilha dos Porcos passou a ser denominada Ilha Anchieta em 1934 como parte das homenagens ao quarto centenário do nascimento do Padre José de Anchieta.
Em 1942 a antiga colônia penal se transformou no Instituto Correcional da Ilha Anchieta. As celas foram construídas de modo a formar um pátio retangular. Era nesse pátio que os presos se reuniam, tendo em volta as celas onde ficavam confinados cerca de 453 presos, todos de alta periculosidade.
Havia bastante animosidade entre grupos rivais, que se enfrentavam no pátio, e os cerca de 50 policiais tinham grande trabalho para conter estes conflitos. O principal líder dos presos era o perigoso João Pereira Lima, o Pernambuco.
Um dia chega ao presídio para cumprir pena Álvaro da Conceição Carvalho Farto, o famoso Portuga, um criminoso, mas também formado em engenharia e muito inteligente. Aos poucos o Portuga passou a influenciar os outros presos, estruturou a vida de todos dando funções específicas a cada um para organizar a vida interna, o que diminuiu os conflitos.
Mas as intenções do Portuga não eram bem essas. Tendo criado uma organização entre os presos, passou a arquitetar um plano para uma rebelião, que incluía a tomada do presídio e das armas que ficavam no quartel do Morro do Papagaio. Sob a influência do Portuga, os detentos passaram a ser mais cordiais e gentis, se aproximaram bastante dos policiais e até da população da ilha, num clima de confiança e paz que na verdade era o preparatório para o golpe.
O plano foi executado em 1952, numa batalha sangrenta entre presos e policiais. Mas um soldado conseguiu nadar até o continente e alertou as autoridades. Diversas guarnições se deslocaram para a Ilha, contendo a rebelião. Foram recapturados 129 presos; alguns, possivelmente tenham conseguido fugir em canoas. Outros tentaram fugir em barcos, mas a imperícia na navegação os fez caírem na água e ficado à mercê dos tubarões. O grande líder, Portuga, tinha problemas cardíacos e foi encontrado morto na Ilha.
Hoje em dia, a Ilha Anchieta mudou totalmente seu perfil, passando a ter sua fauna, flora e riquezas históricas protegidas pelo Parque Estadual da Ilha Anchieta. Na sede do parque, encontramos muitas informações e painéis fotográficos, monitores de turismo para trilhas ecológicas e culturais, e a pequena capela foi restaurada. As instalações do antigo presídio, em ruínas, atraem o público para viver a atmosfera onde aconteceram importantes fatos para nossa história. E além dos turistas, mergulhadores, pesquisadores e outros estudiosos procuram a Ilha Anchieta durante todo o ano.
Praias da Ilha :
Praia das Palmas: Praia pequena de águas límpidas, boa para banhos e mergulhos. Aqui, como em toda a Ilha você tem a oportunidade de curtir o sossego da natureza. O acesso pode se dar por trilhas a partir da Praia Grande e Praia do Presídio.
Praia do Presidio: Para os que buscam tranqüilidade, a Praia do Presídio é uma otima opção. Suas areias claras, águas límpidas e selvagem Mata Atlântica compõem um belíssimo cenário natural. Praia de mar calmo, possibilita o atracamento de embarcações, uma ótima opção para curtir a natureza
Praia do Sul: Com águas límpidas de ótima visibilidade, esta praia é a escolhida pelos adeptos do turismo ecológico e do mergulho. Sua natureza virgem pode ser visitada por passeios feitos por escunas que saem do Saco da Ribeira e Itaguá. Como está situada no Parque Estadual da Ilha Anchieta, essa praia é preservada por leis estaduais que impedem qualquer tipo de caça ou pesca, mas só a beleza que ela oferece vale o passeio. Possui ainda uma trilha leva à Praia do Presídio.
Ruínas do Presídio
O presídio da Ilha Anchieta começou a ser construído em 1902, quando foram desapropriadas cerca de 412 famílias de colonos e caiçaras que habitavam o local. Mas em 1914 a Colônia Penal foi extinta, sendo os detentos transferidos para Taubaté. Em 1928 o presídio volta a funcionar, desta vez sendo destinado principalmente a presos políticos. Pouco depois a ilha, que se chamava na época Ilha dos Porcos, foi rebatizada como Ilha Anchieta em homenagem ao jesuíta. No ano de 1942, com aproximadamente 273 detentos, a Colônia Penal passa a ser denominada como Instituto Correcional da Ilha Anchieta, passando a receber como residentes também soldados e suas famílias. A desativação do presídio ocorreu após a sangrenta rebelião de junho de 1952. Hoje os prédios que foram utilizados pelos presos e parte da estrutura do presídio estão em ruínas. O local é preservado como relíquia histórica do Brasil, e nele são realizados passeios onde monitores treinados levam o turista a viajar por um importante capítulo da história brasileira.
Algumas recomendações para estar preparado para esta aventura:
Alimentação: água, barra de cereal, lanche e restaurante na ilha.
Vestuário: bermuda, calçado apropriado e boné.
Acessórios / Equipamentos: repelente, protetor solar, óculos de sol, máquina fotográfica e mochila.
Duas trilhas recomendadas para o seu passeio:
Trilha do Saco Grande - A caminhada começa na praia do presídio percorrendo uma área direcionada a estudos e pesquisas e segue em direção a um antigo Quartel onde foram mortos soldados e civis na rebelião de 1952. A vegetação está se regenerando e ocupando as casas da antiga Vila militar, trazendo de volta os primeiros moradores da mata. Ao final da trilha no costão rochoso deparamos com um mirante das ilhas da região e do mar aberto. Em dias claros é possível avistar tartarugas marinhas em seu habitat natural. Na volta tome uma ducha (Ducha do Maneco) reservada aos que fazem o passeio.
Trilha da Praia do Sul - O caminho já era utilizado antigamente pelos pescadores e moradores da região. Hoje a trilha está documentada com capacidade de carga e pontos interpretativos da Mata Atlântica, restinga, lendas, histórias e grande variedade de fauna que é fonte de estudo para as escolas que visitam o Parque.
No meio da trilha há um mirante com vista para toda a enseada das Palmas.
Ao chegar à praia paradisíaca convive-se com pescadores tradicionais. A praia do Sul com sua água cristalina e abundante vida marinha é um convite para o mergulho livre.
Mergulho
A Ilha Anchieta é considerada um dos melhores pontos de mergulho do Brasil. Protegida pelo Parque Estadual da Ilha Anchieta, a caça e a pesca são proibidas. No entanto, o mergulho contemplativo é liberado, e a riqueza da fauna, flora e grandes peixes de passagem permitem uma bela viagem pelo mundo submarino, bastante procurada por fotógrafos para fotos submarinas.
A profundidade varia entre 3 e 12 metros e a temperatura média da água fica entre 20°C e 28°C. No verão costumam ocorrer quedas buscas na temperatura, chegando a até 15°C. Portanto, o uso de roupas isotérmicas de 5mm é recomendável o ano todo. A visibilidade varia muito em função de correntes e condições climáticas, indo de 2 a 10 metros. O fundo é composto de costões rochosos e areia. Fauna e flora são abundantes, podendo-se observar corais cérebro, esponjas, algas, tartarugas, budiões, arraias-prego, garoupas, badejos e peixes coloridos, principalmente na Ponta Sul.
